Guiné-Bissau aplaude beatificação de João Paulo II

A Igreja na Guiné-Bissau viveu a comunhão de oração em Acção de Graças com o Vaticano no dia 1 de Maio de 2011, pela beatificação do Papa João Paulo II. A oração teve lugar na Paróquia de Santo António de Bandim, em Bissau, na comemoração dos 25 anos serviço de um grupo de presbíteros juserfinos.
O Papa João Paulo II visitou a Guiné-Bissau em 1990 e celebrou no estádio 24 de Setembro(foto). A memória popular dos guineenses não esqueceu o evento que é também considerado um marco nas relações Estado e Igreja. Por isso, Dom José Câmnate indicou que a comunidade católica vai retomar os discursos do Papa à Guiné-Bissau no seu plano de Pastoral, como forma de animar a paz e a reconciliação no horizonte do compromisso cristão.
A missa da beatificação decorreu na praça de São Pedro, a partir das 10:00, menos uma hora em Lisboa, 9:00h na Guiné–Bissau. O anúncio do nome de João Paulo II como novo beato vai acontecer pouco depois do início da missa, numa cerimónia que inclui a apresentação do pedido formal de beatificação pelo cardeal Agostino Vallini, Vigário -geral do Papa para a Diocese de Roma. Durante a cerimónia uma ampola com sangue de João Paulo II foi exposta como relíquia no rito de beatificação.

Testemunho fora de casa

Padre Augusto Mutna Tambá, em Portugal

A Iniciativa não ficou só na Guiné-Bissau, onde existe uma boa convivência entre as religiões cristã e muçulmana, mas estendeu-se até Lisboa onde alguns Muçulmanos residentes juntaram-se aos Católicos na peregrinação a Fátima pedindo a Paz pela sua terra natal, no dia 16 de Abril de 2011. Mais de quatro centenas de peregrinos cristãos do Fórum dos Católicos guineenses e o grupo coral Dom Settimio, radicados em terras portuguesas dirigiram-se a Fátima e rezaram pela paz na Guiné-Bissau.
Vieram dos mais diversos pontos da cidade de Lisboa, e alguns muçulmanos que acreditaram na protecção de Maria Mãe de Jesus. Uma mulher, mãe muçulmana na caravana, deu o seguinte testemunho: “Sou crente em Deus, o Criador da Vida do Universo, e creio nas palavras dos Profetas e na Mensagem de Jesus Cristo, tal como creio na Mensagem dirigida aos pastorinhos que a “Senhora Luminosa” deixou ao mundo. Vimos a Fátima em busca de algo que nos console a alma, cure os males do corpo físico, cumprindo promessas feitas nalgum momento de nossas vidas, esperando o ‘milagre’ desejado e sobretudo agradecendo pela graça recebida após uma vida de devoção a nossa senhora”.
Além dessa senhora falou um outro senhor que complementou um outro aspecto de grande importância e urgência para do seu país: “A nossa principal preocupação é aquela de rezar pela paz, porque como guineenses estamos cansados de instabilidade na nossa terra, por isso a nossa peregrinação a Fátima tem como pano de fundo rezar principalmente pela paz e reconciliação. Por isso percorremos centenas de kilómetros até ao lugar sagrado e temos a certeza que Deus através de Maria mãe de Jesus, rainha da paz, vai nos ajudar a alcançar a paz”.
Os peregrinos acenderam as velas de todos os tamanhos no local destinado para esse fim. Enquanto isso, alguns de joelhos se arrastam pelo chão, em nome da fé em Deus através de Nossa Senhora. A “Senhora Luminosa” apareceu às crianças no dia 13 de Maio de 1917 na gruta da Cova da Iria para lhes incumbir a missão: rezar... rezar... e rezar muito pela paz. Ainda hoje, continuam as Peregrinações e as Procissões e se fazem repetidas orações, mas infelizmente o mundo continua na mesma porque as pessoas vão fazendo as mesmas coisas e nada mudam no seu dia a dia, agravando-se sim os “tempos difíceis”.
Estou mesmo convicto, disse um dos organizadores do evento, que muitos dos que caminham até Fátima é maneira para dizer aos nossos governantes, civis e militares de que está na hora de acordar, agitar as consciências e dizer que a “Senhora de Fátima” está contristada com o que observa no mundo, mas sobretudo na Guiné-Bissau, porque o homem guineense está a sofrer por tantas formas de degradação e que está-se auto-destruindo pelos males e insegurança, ódio, violência, não respeito das leis da Vida.

Páscoa celebrada com motivos de Acção de Graças

As dioceses da Guine -Bissau reuniram-se nas catedrais de Bafata e Bissau na tradicional Missa Crismal. Dom José Camnate, em Bissau, e dom Pedro Zilli, em Bafata, na manhã de terça - feira Santa.
Diocese de Bafata:
O 10º Aniversário da criação da Diocese e a nomeação do seu 1º bispo, foi o motivo principal, ocorridas no dia 13 de Março de 2001. Por isso Dom Pedro Zilli recordou: “agradeçamos a Deus por todo o trabalho realizado nestes 10 anos. Que o Senhor abençoe os sacerdotes, irmãs, leigos missionários, comunidades, benfeitores por todo o bem. Acima de tudo, agradeçamos ao Senhor pela comunhão na Igreja, Família de Deus”. O Bispo de Bafata recordou ainda os mais de 25 anos de padre do Bispo de Bissau, dom José Camnate e do padre Domingos da Fonseca, seu primeiro vigário geral, bem como os 40 anos de ministério do padre Dionísio Ferraro.
Para Dom Pedro a Igreja na Guiné-Bissau, apesar das dificuldades, começou desde cedo a dar passos concretos, sobretudo entusiasmando jovens que aceitam a serem continuadores da missão do salvador como missionários. "Que mais guineenses se entreguem à causa da fé", recordou as últimas ordenaçãoes como um indicador de qualidade.
Diocese Bissau:
O tom de agradecimento ouviu-se, quando foram aplaudidos 16 novos missionários provenientes de 8 nacionalidades diferentes. Para o Bispo de Bissau, o facto é um dom de Deus e ao mesmo tempo um desafio para os guineenses, baptizados na igreja de Deus da Guiné-Bissau que ouvem a palavra de Deus. Dom José, centrando-se na Palavra de Deus recordou aos presbíteros e aos missionários em geral, bem como a todo o Povo de Deus que o compromisso com a justiça e com a construção da paz é como fruto da palavra: “Não pode ser pregada sem ser primeiro escutada”, disse.
No plano político e militar, apesar de alguns pessimismos, a Guiné-Bissau tenta recompor-se. Por isso, o Dom José alertou: “Não nos esqueçamos da força profética da Palavra de Deus que suscita a esperança no coração de cada homem de boa vontade, no desafio da construção da paz ”.

Jovens reflectem sobre pobreza

Jovens Católicos da Guine-Bissau realizam em Maio 2011 fórum sobre a pobreza. O evento vai reunir 100 jovens com participação de delegados de grupos não católicos e instituições juvenis da sociedade civil guineense.
A comissão organizadora liderada pelas duas dioceses já começou a caminhada, enviando um instrumento de trabalho explicativo do Lema: Firmes na Fé em Cristo, Combatemos a pobreza, promovendo a reconciliação, a justiça e a paz.
Segundo os responsáveis, o objectivo é debater sobre as causas para tentar algumas soluções como forma de engajar a estima social dos jovens na luta pela vida. Os participantes serão convidados a ouvir experiencia de pessoas com projectos alternativos.
Na fase preparativa, uma série de encontros foram agendados e o último aconteceu em Bafata, em Março. Na ocasião, o Bispo de Bafata manifestou a sua expectativa em relação ao evento, alertando para a mensagem do Sínodo dos Bispos e o protagonismo dos jovens.

Igreja quer presença mais ao sul do país.

A Diocese de Bafata quer presença religiosa nas comunidades de Cafal e Cacine, duas localidades mais ao sul de Guiné-Bissau. Apesar das dificuldades de acesso para a localidade de Cafal, duas Irmãs Missionárias da Imaculada, Ir. Maria Raudino e Ir. Fabiana dos Santos ensaiam presença, com uma assistência dos padres de Catió.
Segundo Ir. Maria Raudino a comunidade de Cafal até 2002 teve a presença de Leigos Missionários, em alguns projectos de promoção humana. Porém, até ao momento tem apenas um baptizado e um pequeno grupo de catecúmenos: “Este é um desafio para evangelização”, suspirou. A religiosa é de nacionalidade italiana e está na Guiné-Bissau há 24 anos. Nos lugares onde passou, desenvolveu com os anciãos a prática do aproveitamento das plantas para medicina natural. Para ela, relançar a evangelização, neste contexto é preciso na catequese da fé propor o desejo de elevar os indicadores na área da saúde e da educação. Por isso, “com uma escola de auto-gestão vamos desenvolver um trabalho na área da saúde”, disse.
Cacine, por sua vez foi visitada nos últimos dias pelo regional dos Padres Oblatos do Imaculado Coração de Maria para Senegal e Guiné-Bissau, padre Giuseppe Giordano. Na companhia de Dom Pedro Zilli, Bispo de Bafata ouviu o desejo ardente da comunidade de terem missionários, até da parte da comunidade Islâmica presente na comunidade. A visita que se espera que produza efeito positivo na expectativa da comunidade é apontada como muito significante.

Diocese reabre internato de Bor

A comunidade católica reabre a estrutura de atendimento de meninos neste sábado, dia 16 de Abril de 2011. A estrutura data dos anos de 1936, com a presença das Irmãs Hospitaleiras, no local que até 1974 tinham aí o internato feminino, vindo depois a ser confiscado pelo Estado nos anos depois da independência.
No âmbito da devolução dos imóveis a Igreja Católica retomou o caminho de assistência social. No Bor,começou o trabalho da recuperação do edifício com ajuda de “Amici Del Terzo Mondo”, desde 2007. Com a recente visita da Ministra da Mulher e Coesão social e Luta Contra Pobreza, Dra Maria de Lourdes, o executivo guineense, através do Despacho nº 3/2011 autorizou o seu funcionamento que agora vai se chamar Casa de Acolhimento Bambaran com a capacidade para 100 crianças de 0 a 12 anos de idade de ambos os sexos.
O esforço da Igreja Católica na Guine-Bissau de retomar a sua presença de serviço em vista da dignidade da pessoa humana é visível na saúde e educação, sobretudo em obras de promoção humana. Actualmente aIgreja Católica tem o maior número de escolas e jardins infantis, nos centros urbanos até às localidades mais longínquas do interior, revelando-se uma parceira mais activa na educação para o Estado guineense.

Justiça e Paz

Guiné-Bissau participa do encontro de formação para os agentes da Justiça e Paz, em Angola, no âmbito do intercâmbio entre países de Língua Portuguesa.
Frei Michael André pela Diocese de Bissau e padre Francisco Fernandes pela Diocese Bafata participam do evento. O encontro acontece sob a tutela da Conferencia Episcopal de Angola e São Tomé,CEAST.

Conferência Episcopal acompanha Diocese de Mindelo

A Igreja Católica de Guine–Bissau, Senegal, Mauritânia e Cabo-Verde participa na tomada de posse de Dom Ildo Augusto dos Santos Lopes Fortes, como bispo diocesano de Mindelo, em Cabo-Verde, no dia 9 de Abril de 2011.
O Bispo de Bissau, dom José Camnate e padre Luca Pedretti, vigário geral de Bafata, acompanham o evento levando a solidariedade da comunidade Católica da Guiné-Bissau.
As duas comunidades partilham a mesma origem de evangelização. Em 1533 à criação da Diocese de Cabo Verde, também está incluída a"terra firme de Guiné” e, em 1867 foi criado Vicariato Geral da Guiné, dependente da Diocese de Cabo Verde até à criação em 1955, da Prefeitura Apostólica da Guiné, actual Guine-Bissau.
O novo Bispo de Mindelo ordenou-se em Lisboa, Portugal, no dia 3 de Abril de 2011 e foi nomeado pelo Papa Bento XVI dia 25 de Janeiro de 2011. No cargo, substitui dom Arlindo Gomes Furtado que passa à titular da Diocese de Praia.

Pastoral da Criança poderá ter Coordenação Nacional

O trabalho da Pastoral ganhou um novo vigor com a criação nos últimos meses de uma presença que pode encaminhar-se para uma Coordenação Nacional. Trata-se de Rosa Robalo Rosa, carinhosamente chamada por dona Necas, esposa do senhor Henrique Rosa, ex-presidente da Republica da Guine – Bissau.
Segundo a Ir. Helena Marcelo António dos Santos, das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo e coordenadora da pastoral na Diocese de Bissau, a presença da dona Necas está a dar um novo calor à mobilização e atenção ao trabalho. “Apesar de ser o que ela é chega com muita facilidade às pessoas”, disse. A Pastoral da Criança na Guine-Bissau está ainda na fase de mobilização e expansão. Actualmente prossegue a fase de sensibilização de parceiros nacionais. Para a religiosa, a maior dificuldade nesta empreitada é sustentar o voluntariado. A senhora Rosa, dona Necas que ainda não foi nomeada, a ser nomeada para a Coordenação Nacional poderá ajudar a pastoral neste desafio de sensibilização.
A Pastoral da Criança é um organismo de acção social da Igreja Católica nasceu no Brasil, vinculada à Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, que tem como objectivo a promoção do desenvolvimento integral de crianças entre 0 e seis anos de idade em seu ambiente familiar e em sua comunidade. A sua actuação tem carácter ecuménico, atendendo pessoas de todos os credos e etnias.
Na Guiné Bissau começou os trabalhos depois da visita da sua fundadora Dra. Zilda Arns Neumann.