sexta-feira, 29 de agosto de 2014

IGREJA DA GUINÉ-BISSAU CELEBRA “DIA DA MEDICINA TRADICIONAL”


Nestes dias 29 e 30 de agosto (sexta e sábado), na curia diocesana de Bissau, a Igreja da Guiné-Bissau está a celebrar o “dia africano da medicina tradicional” que ocorre no dia 31 de agosto. Recorde-se que a OUA (Organização da Unidade Africana), em junho de 2001, declarou o período de 2001 a 2010 como a “década da Medicina Tradicional Africana”. 
Ângela Barbosa da Pastoral da Criança e Sr. João Lopes com uma arvore na cabeça
Na sessão de abertura, na manha desta sexta-feira, a Sra. Aycha Sanca, representante da Direção Geral das Florestas, salientou que, de fato, na Guiné-Bissau, “as florestas estão a sofrer um derrube descontrolado”. Manifestou a sua alegria pelo motivo de seu organismo “estar a promover a plantação de arvores na esperança que sobrevivam”. Clemente Mendes, representando a Caritas Guiné-Bissau, sublinhou que a referida estrutura “tem assumido a celebração anual do dia da medicina tradicional através da reflexão e da exposição de medicamentos que os vários grupos ligados à Caritas preparam”. Exortou para que se estruture a “colaboração entre o Ministério da Saúde Publica e os  curandeiros para um maior progresso da medicina tradicional”. Dom Pedro Zilli, representando os bispos da  Guiné-Bissau, nas suas palavras disse: “Sinto-me alegre por que a nossa Igreja, na Guiné Bissau, está a unir seus esforços aos esforços de tantas pessoas e instituições no sentido de conhecer, valorizar, promover, fazer bom uso das plantas medicinais e de fazer da Medicina Natural Tradicional uma alternativa válida para tantas pessoas no mundo de hoje”. Aproveitou da ocasião para falar do apelo do Papa João Paulo II no Burkina Faso em maio de 1980, pedindo ao mundo que lutasse contra a seca e a desertificação no Sahel.  Recordou aos presentes que o apelo do Papa originou, em 1984, a Fundação João Paulo II para o Sahel que, neste ano 2014, está a celebrar 30 anos. Dando seguimento às suas palavras, Dom Pedro perguntava: “diante das queimanças e derrube das arvores, o que será da Guiné-Bissau num futuro não muito distante?” “Onde serão encontradas plantas para a fabricação de medicamentos tradicionais?” “Com este ritmo de devastação das nossas florestas, será que não precisaremos de um outro João Paulo II que lance um apelo contra a seca e a desertificação no nosso País?” 

Clemento, Dom Pedro e Aycha
O Sr. João Lopes, em nome do Grupo "Natureza é Vida" da Caritas Guiné-Bissau, fez uma homenagem ao Pe. Alberto Zamberletti (PIME) que, ressaltou, “muito contribuiu com o grupo, ajudando-o numa profunda compreensão de tal Medicina”. Salientou que Pe. Alberto, com o seu empenho, ajudou na salvação de vidas na Guiné-Bissau”. Depois ofereceu ao Padre um barrete vermelho de “homem grande balanta”, simbolo de uma significa distinção, carinho, reconhecimento e estima. Pe. Alberto agradeceu o grupo pelo gesto, manifestando o seu contentamento pela celebração do dia Medicina Tradicional que recorda o caminho feito durante anos na Guiné. Referindo-se ao tema para o “dia africano da medicina tradicional” deste ano, “colaboração entre os praticantes da medicina tradicional e da medicina convencional”, Pe. Alberto sublinhou que, estudos feitos, dão contas que as duas medicinas podem colaborar ate mesmo na luta contra HIV-Sida”. Agradeceu o  grupo que tem vindo trabalhar “há anos, em colaboração com os curandeiros tradicionais”. 

Pe. Alberto e Sr. João Lopes
Dom Pedro Zilli agradeceu a Monica Canavesi, da Associação Leigos PIME (ALP) de Nhabijão, pelo seu empenho na promoção da Medicina Tradicional na Guiné-Bissau. Agradeceu a todos os que estão empenhados neste importante recurso em favor do bem do nosso povo. Na conclusão da Sessão de abertura, Monica realça que “uma das coisas mais bonitas que encontrou na Guiné-Bissau foi o grupo da Medicina Tradicional”. 

Sr. João Lopes e Mônica