Neste dia 22 de fevereiro, a Fundação João Paulo II
para o Sahel está a festejar seus 30 anos de existência. Nasceu em 22 de
fevereiro de 1984.
Em 1980, enquanto o Sahel se consumia literalmente sob
os rigores de uma seca implacável, uma voz ergueu-se, despertando a consciência
de um mundo que assistia impotente ou indiferente ao horrível espetáculo de
terras que se haviam tornado inférteis e populações esfomeadas.
Era a voz do Papa João Paulo II. Em 10 de maio de
1980, pisando pela primeira vez o solo do Sahel, movido pela devastação
ecológica que descobriu muito além dos clichés da televisão, o Santo Padre
lançou o apelo histórico de Ouagadougou (Burkina Faso). Dirigindo-se assim ao
mundo, o Papa chamava a nossa atenção para a grave seca que assolava os países
do Sahel. Na sua famosa homilia daquele
10 de maio, João Paulo II disse :« Daqui de Ouagadougou, do centro de um desses países, a que podemos
chamar os países da sede, que me seja então permitido dirigir a todos, em
África e fora deste continente, um apelo solene a que não se fechem os olhos ao
que se passou e ao que se está a passar na região do Sahel». No dia 5 de novembro de 1981 o Santo Padre confidencia aos
Bispos do Sahel: « Desejo que uma obra concreta se realize no
Sahel … e que continue a ser o sinal eficaz do meu amor pelos meus irmãos
africanos mais sofridos»
Em 22 de fevereiro de 1984 : a Fundação vê a luz do dia e o
seu nascimento é oficializado pelo próprio João Paulo II. Ele diz: « Foi com profunda satisfação
que fiquei a saber que o apelo que lancei a 10 de maio 1980, em Ouagadougou, a
favor dos povos do Sahel, gravemente afetados pela desertificação e pela seca,
teve uma ampla ressonância internacional”.
Muitos fiéis, especialmente na República Federal da
Alemanha, animados por sinceros sentimentos de solidariedade universal e por um
verdadeiro espírito cristão, ofereceram generosamente a sua contribuição para
aliviar o sofrimento dos seus irmãos africanos. Nos conselhos de Administração da Fundação, os bispos administradores têm sublinhado a importância de sensibilizar os próprios sahelianos no sentido de contribuírem com fundos para financiamentos de mais projetos.
Com
a criação da Fundação muito foi feito: centenas de Sahelianos receberam
formações, água foi fornecida a milhões de camponeses, árvores foram plantadas,
terras cultiváveis recuperadas, criação de animais…! No entanto, muito resta a
fazer para vencer a desertificação e suas consequências.
Dom
Pedro Zilli que esteve no Conselho de Administração da Fundação João Paulo II para
o Sahel, em Keur Moussa, Senegal, em finais de Janeiro e inícios de fevereiro
deste ano 2014, formulou um voto: “que no ano em que a Fundação completa 30
anos e que o Papa João Paulo II será canonizado, possamos redobrar esforços na
luta contra a desertificação e a seca. Que o Papa João Paulo II interceda junto
do Senhor pelos nove países do Sahel: Burkina Faso, Cabo-Verde, Chade, Gambia, Guiné-Bissau,
Mali, Mauritânia, Níger, Senegal”.