quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Experiencia de missionário na Guiné-Bissau

Padre Quintino KANDANDJI
O caminho feito de esperança, junto da comunidade cristã ocupa a agenda de cerca de 70 missionários, entre eles os padre diocesanos de Benguela na comunidade de Antula, na cidade de Bissau, e nas localidades mais ao interior as Irmãs de S. José de Cluny, dividida em duas comunidades e as Irmãs Espiritanas.
Os católicos, em todo o país, segundo dados oficiais, são uma pequena comunidade de apenas 10% da população, ao lado da maioria esmagadora Islâmica e a religião tradicional. Apesar disso é ainda grupo cristão maioritário, com uma gigantesca presença social em todos os domínios da vida. Para dar um exemplo, os padres de Benguela movimentam a maior escola de alfabetização com ajuda de parceiros e amigos. Cerca de 1000 mulheres nos turnos da tarde e da manhã enchem os recintos para as letras do alfabeto.
Para quem vem de fora, tudo é novo. As celebrações, as missas, estão cheias de jovens, rapazes e raparigas. No estilo próprio da terra, são elas que tocam o tambor que faz ritmo e conduz a comunidade. A identidade cristã é proclamada em todos as acções; até a festa do carnaval também tem uma edição católica, que por sinal é o mais concorrido por envolver a originalidade cultural. Porém o diálogo religioso está presente na agenda do fazer pastoral. A Emissora Católica, Rádio Sol Mansi, partilha programas com a Rádio Corânica, um sinal de que a paz é uma desafio que Deus dá aos homens que a ele se convertem de coração.
A inculturação, no contexto da Guiné-Bissau, é servida pelo caminho exigente do catecumenato. Aqueles que deixam para traz outras histórias para abraçam a história do Jesus de Nazaré, são acolhidos e acompanhados para os escrutínios, devidamente preparados. Testemunhos de jovens de outras tradições religiosas, nas comunidades são indicativos de um processo a encorajar. A pregação para ter algum valor neste contexto precisa de beber do “Kerygma”, (1º anuncio), do hoje interpelante da fé. Para mim, reaprender a ser cristão parece ser aqui, a única “compensação” de valor para melhor servir aquele que ainda de mim espera uma palavra de fé.