terça-feira, 26 de abril de 2011

Testemunho fora de casa

Padre Augusto Mutna Tambá, em Portugal

A Iniciativa não ficou só na Guiné-Bissau, onde existe uma boa convivência entre as religiões cristã e muçulmana, mas estendeu-se até Lisboa onde alguns Muçulmanos residentes juntaram-se aos Católicos na peregrinação a Fátima pedindo a Paz pela sua terra natal, no dia 16 de Abril de 2011. Mais de quatro centenas de peregrinos cristãos do Fórum dos Católicos guineenses e o grupo coral Dom Settimio, radicados em terras portuguesas dirigiram-se a Fátima e rezaram pela paz na Guiné-Bissau.
Vieram dos mais diversos pontos da cidade de Lisboa, e alguns muçulmanos que acreditaram na protecção de Maria Mãe de Jesus. Uma mulher, mãe muçulmana na caravana, deu o seguinte testemunho: “Sou crente em Deus, o Criador da Vida do Universo, e creio nas palavras dos Profetas e na Mensagem de Jesus Cristo, tal como creio na Mensagem dirigida aos pastorinhos que a “Senhora Luminosa” deixou ao mundo. Vimos a Fátima em busca de algo que nos console a alma, cure os males do corpo físico, cumprindo promessas feitas nalgum momento de nossas vidas, esperando o ‘milagre’ desejado e sobretudo agradecendo pela graça recebida após uma vida de devoção a nossa senhora”.
Além dessa senhora falou um outro senhor que complementou um outro aspecto de grande importância e urgência para do seu país: “A nossa principal preocupação é aquela de rezar pela paz, porque como guineenses estamos cansados de instabilidade na nossa terra, por isso a nossa peregrinação a Fátima tem como pano de fundo rezar principalmente pela paz e reconciliação. Por isso percorremos centenas de kilómetros até ao lugar sagrado e temos a certeza que Deus através de Maria mãe de Jesus, rainha da paz, vai nos ajudar a alcançar a paz”.
Os peregrinos acenderam as velas de todos os tamanhos no local destinado para esse fim. Enquanto isso, alguns de joelhos se arrastam pelo chão, em nome da fé em Deus através de Nossa Senhora. A “Senhora Luminosa” apareceu às crianças no dia 13 de Maio de 1917 na gruta da Cova da Iria para lhes incumbir a missão: rezar... rezar... e rezar muito pela paz. Ainda hoje, continuam as Peregrinações e as Procissões e se fazem repetidas orações, mas infelizmente o mundo continua na mesma porque as pessoas vão fazendo as mesmas coisas e nada mudam no seu dia a dia, agravando-se sim os “tempos difíceis”.
Estou mesmo convicto, disse um dos organizadores do evento, que muitos dos que caminham até Fátima é maneira para dizer aos nossos governantes, civis e militares de que está na hora de acordar, agitar as consciências e dizer que a “Senhora de Fátima” está contristada com o que observa no mundo, mas sobretudo na Guiné-Bissau, porque o homem guineense está a sofrer por tantas formas de degradação e que está-se auto-destruindo pelos males e insegurança, ódio, violência, não respeito das leis da Vida.