terça-feira, 29 de janeiro de 2013

“Memória viva” de um Bispo inesquecível

Os guineenses comemoraram neste dia 27 de Janeiro o 14º aniversário da morte de Dom Settimio, o primeiro bispo da Guiné-Bissau (1977-1999). A esse propósito Dom Lampra Cá, o bispo Auxiliar de Bissau, convidou os guineenses “para imitarem os bons exemplos deixados pelo Dom Septímio”, sustentando que ele deverá servir-nos de modelo tendo em conta as suas virtudes e legado que nos deixou”. Continuando, o auxiliar de Bissau afirmou que “Dom Settimio ensinou-nos a melhor forma de tornarmo-nos bons guineenses, que passa essencialmente pela resolução dos nossos problemas através do diálogo não com a força ou pelo nervosismo”. Prosseguiu ainda, dizendo que a resolução do problema não deveria ser matando o outro mas sim, pela valorização de uns aos outros colocando o diálogo sempre no primeiro plano”, concluiu.
      A comemoração deste dia sentiu-se quase em toda Guiné. A paróquia Santo António de Canchungo, situada no norte da Guiné-Bissau, realizou uma peregrinação a Bissau com o lema “Dom Settimio um homem de paz”, que começou na Assembleia Nacional Popular e terminou com a deposição de coroas de flores junto à campa de Dom Settimio, na Sé Catedral de Bissau prosseguindo-se depois com a celebração da missa em sua memória.
      Na diocese de Bafatá, concretamente na paróquia Santa Isabel de Gabú, leste do país, cerca de 200 km da capital Bissau, foi realizada uma jornada de reflexão e de homenagem à figura de Dom Settimio Ferrazzetta, culminando com a santa missa presidida pelo Bispo auxiliar de Bissau, Dom José Lampra Cá. As actividades decorreram sob o tema “ como pode contribuir o pensamento de Dom Settimio para o desenvolvimento da Guiné-Bissau e para consolidação de uma paz durável?” orado pelo Dom Lampra Cá.
      Em Portugal o fórum dos cristãos católicos guineenses comemorou este dia com várias actividades, com destaque para a deposição da coroa de flor na Rua Dom Settimio Ferrazzetta, em Massamá, Lisboa, Teatro e Poesia sob o tema “Vida de D. Settimio Arturo Ferrazzetta” e a missa presidida pelo padre Domingos da Fonseca, que se encontra actualmente na Itália”. A missa teve lugar na Paróquia da Nossa Senhora da Fé – Monte Abraão em Lisboa.
Dom Settimio Arturro Ferrazzetta, franciscano italiano, foi um homem muito dedicado e corajoso, que se tornou a única autoridade moral durante a guerra de 1998. A imagem moral da Igreja local, sempre solicitada para as questões sociais do país, deve-se à personalidade deste homem.
Os grupos, através de várias alegorias, encenaram a fome, a miséria dos mais pobres proclamando a necessidade da palavra da fé para justiça e paz entre os homens. Os júris consideraram a temática muito actual para o momento do país.
Na vida pública, Dom Settimio Arturo Ferrazzetta é, a partir de 27 de Janeiro 2010, nome da avenida que era conhecida como "estrada da granja", indicado pelas Autoridades Civis da Guiné-Bissau, em reconhecimento do seu trabalho.