terça-feira, 4 de maio de 2010

Herança do passado condiciona participação

Padres nas comunidades na Guiné-Bissau apontam que a herança missionária baseada na doação de bens matérias hoje condiciona a organização comunitária de base, para a comunidade prouver a sua sustentabilidade.
Padre Abrãao de Bafata disse que este é o seu maior desafio. Antigamente, os missionários faziam tudo e as contribuições locais eram insignificantes, o modelo não interpelava a participação dos fiéis, “as pessoas devem entender que elas podem fazer alguma coisa”. Por sua vez padre António Imbombo, pároco de Mansoa, no interior de Bissau, disse que a sua primeira experiencia fê-la na comunidade de Santa Luzia, quando acabava de chegar dos estudos. Imbombo disse que lançou a ideia da construção do salão paroquial, mas os fiéis esperavam que o padre financiasse. “Foi um grande trabalho convencer que os fiéis assumissem a obra” disse.
Hoje em todas as comunidades ao lado dos conselhos paroquias e pastorais estão criados os conselhos económicos, leigos que tem a missão de ajudar a comunidade na nobre tarefa de articular a partilha e a comunhão de bens entre os fiéis com a contribuição de cada um. Um exemplo que merece realce é da paróquia de S. Francisco de Assis de Antula, na periferia de Bissau, onde o Conselho Paroquial está a sensibilizar a comunidade para o lançamento da primeira pedra para a construção do templo, com a contribuição dos fiéis, numa campanha intitulada: “Igreja i kasa ki no djunta”.