quarta-feira, 22 de junho de 2011

Seminário Bambaran di Mindjer: Um corpo que fala

Raquel Biscaia, Capacitadora de Jardins de Infância (Projecto Bambaran di Mindjer) - FEC

Dentro do “Projecto BdM - profissionalização das mulheres e melhoria da qualidade da educação de infância na Guiné-Bissau”, têm vindo a ser desenvolvidos ciclos de seminários mensais destinados à comunidade educativa de Bissau em geral.
Ao longo dos últimos meses, e tendo em conta a adesão a estes seminários, o projecto passou a integrar, na sua dinamização, o Curso Superior em Educação de Infância da Comissão Interdiocesana de Educação e Ensino (CIEE). O penúltimo do segundo ciclo de seminários foi planeado com a participação do professor de expressões do referido curso, onde uma formadora externa dinamizou actividades. Dedicado ao tema “Um corpo que fala”, durante aproximadamente uma hora e meia, os participantes “descalçaram-se” das actividades rotineiras de recortar e colar na sala de aula para correrem livremente ao longo do salão, rindo, utilizando diferentes partes do corpo e de tom de voz para realizar os exercícios. A maioria não chegou a reconhecer que efectuava expressão dramática mas apenas jogos.
As actividades, apresentadas ao grupo por uma cooperante portuguesa integrante do projecto do Programa de Apoio ao Sistema de Ensino da Guiné-Bissau - PASEG, licenciada em educação de infância e com prática profissional no ensaio de grupos de teatro, mostraram às educadoras presentes várias possibilidades de trabalharem com o corpo.
Através do corpo, a criança tem a oportunidade de se conhecer a si própria e ao mundo que a rodeia. No jardim de infância, seguindo-se uma ordem predefinida, podem-se dinamizar vários jogos que podem tratar, por exemplo, conteúdos curriculares (vogais, cores, noções matemáticas - perto, longe, vazio/cheio, etc.) e desenvolver competências (memória, atenção, criatividade, expressão oral e corporal, dar forma a sentimentos, etc…). Educadoras e crianças podem ainda, ao mesmo tempo, divertir-se, desenvolver-se e ter confiança nas suas próprias capacidades.
Esta revelou-se uma actividade lúdica, na qual as alunas do curso tiveram a oportunidade de partilhar a experiência com a coordenadora, a irmã Dina, que considerou a actividade muito dinâmica, atractiva, desenvolvida com recursos materiais muito simples (bola e lenço), dando a possibilidade de ser replicada facilmente. De facto, houve educadoras que colocaram logo no dia seguinte alguns dos exercícios em prática com as suas crianças.
Estamos perante uma nova geração de educadores/as, dispostos/as a enfrentar o desafio de melhorar o ensino pré-escolar na Guiné-Bissau. Chega de ficar sentado a escrever! Vamos brincar!